O Sindicato dos Profissionais em Educação Municipal de Canoas (SINPROCAN), preocupado com a situação dos profissionais da educação afetados pela calamidade pública, provocada pelas enchentes, bem como das escolas atingidas, realizou uma sondagem, para diagnosticar a real situação em que eles e as escolas se encontram.

A pesquisa revelou que 72% dos profissionais que responderam a pesquisa foram atingidos diretamente pelas cheias e tiveram perdas consideráveis, como a casa, a mobília e utensílios, roupas e até automóveis. A mesma quantidade de servidores também não conseguiu salvar seus materiais de trabalho pedagógico.

AJUDA FINANCEIRA
O número é ainda mais alarmante quando o assunto é o auxílio financeiro para essas aquisições. O levantamento do SINPROCAN mostra que 94% dos profissionais atingidos, não receberam nenhum benefício ou ajuda proveniente do Município de Canoas. Além disso, quase dois terços (62%) dos entrevistados relatam que estão enfrentando dificuldades financeiras para comprar mobílias e materiais para reformar e reconstruir suas casas.

RETORNO ATIVIDADES
A sondagem também mostrou que quase dois terços (62%) dos profissionais não se sentem seguros para retornarem às atividades escolares. A amostragem representa a realidade das escolas que foram atingidas pelas águas e que não possuem condições de receber os trabalhadores e os estudantes, ou por aquelas que ainda funcionam como abrigo aos moradores afetados ou de ações voltadas para os desabrigados (entrega de roupas e/ou alimentos).

As condições das imediações das unidades de ensino que ainda continuam repletas de entulhos e representam riscos para a saúde e à segurança dos profissionais, também foi abordada no questionário. Em relação a esse quesito, mais da metade (52%) dos servidores responderam que ainda encontram dificuldades de locomoção para chegarem ao seu local de trabalho. 

TRAUMAS E MEDOS
Os professores também relataram que estão precisando de acompanhamento médico/psiquiátrico/psicológico  para conseguirem retomar sua vida pessoal e profissional. A necessidade de tratamento das sequelas emocionais provocadas pela catástrofe, são as mais frequentes no apontamento da pesquisa. Ansiedade, hipertensão e transtornos psicológicos são consequências mencionadas por 46% dos entrevistados

INÉRCIA DO EXECUTIVO
O resultado da pesquisa esclarece a percepção dos servidores municipais no que estão vivenciando: a falta de sensibilidade, empatia e auxílio por parte do Poder Executivo. Ao longo dos dois meses que se passaram, desde o início da calamidade, os profissionais municipais são os que mais sofreram, financeiramente e psicologicamente, diante de uma Administração que não elaborou nenhum plano de ação para ajudá-los no enfrentamento às dificuldades. Muito pelo contrário, foram esses profissionais que foram os mais cobrados para que continuassem atuando durante a enchente, mesmo desviando suas funções e os colocando em situações de risco e insalubridade. E agora, perante o retorno das atividades escolares, são novamente submetidos às condições em locais degradantes, sem segurança, sem recursos pedagógicos e sem apoio emocional para acolher os estudantes.

DIAS DE LUTA
O SINPROCAN continuará lutando para garantir melhores condições de trabalho para os profissionais da educação e assegurar que os trabalhadores possuam todas as condições físicas, emocionais e mentais para retomarem as atividades escolares. E também seguirá cobrando respostas e ações dos nossos governantes para que esses problemas relatados sejam sanados.

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